domingo, 27 de março de 2016

16. Matemática, Paçoca e Ações com Bacon

Olá Pessoal! Na postagem anterior sobre o tema de ações (postagem 14) escrevi sobre o que é uma ação e os principais proventos.  Hoje a ideia é explicar como funciona esse mercado, um pouco da operação de compra e venda de ações e uma estratégia simples para ações.

Já ouviram o bordão “firme na paçoca” (para falar isso deve-se usar o sotaque sulista)? Ele é utilizado na hora de cumprimentar pessoas, isso quer dizer que não tem nada firme, pois a consistência da paçoca é muito frágil, quebra à toa. Eu sou campeão em sujar a roupa com farelo de paçoca devido a essa quebradeira, mas isso não vem ao caso. Assim, costumo analisar algumas ações que julgo serem “firmes na paçoca”.

O mercado de ações, de forma simples, funciona da seguinte maneira: há uma tabela com os preços de compra e venda, e uma negociação só é realizada quando ambos querem a mesma coisa. Vejamos o quadro a seguir:

Código Bovespa BILL3 (Bill Goiaba S.A. ON)
Última Negociação
10,05
Variação
3,00%
Compra
Venda
Quantidade
Preço
Quantidade
Preço
2.000
10,05
1.500
10,06
1.000
10,04
500
10,07
3.000
10,03
700
10,08
500
10,02
1.300
10,09
1.200
10,01
3.500
10,10
5.000
10,00
300
10,11


As ordens de compra só serão realizadas no momento em que houver uma ordem de venda no mesmo valor, ou seja, no exemplo, somente se aparecer algum vendedor disposto a receber $ 10,05 ou algum comprador disposto a pagar $ 10,06 pelas ações da empresa “firme na paçoca” Bill Goiaba! Para poder comprar ou vender ações você deve ter uma conta em uma corretora credenciada junto à Bovespa (dica: fuja de corretora de grandes bancos, pois geralmente cobram mais caro pelos serviços! Salvo, logicamente se você possuir um bom relacionamento com o banco e etc .).

Bom, agora que você já sabe como funciona o mecanismo de compra e venda do mercado de ações (mais ou menos, mais ou menos), vamos voltar às aulas de matemática no ensino fundamental que vai ajudar a realizar uma pequena análise sobre uma empresa.

Imaginemos uma empresa que distribui proventos de forma regular. Pode-se verificar a rentabilidade de um investimento em função desse provento auferido (porrrrr....esse texto ficou bonito!) Exemplo: Preço da ação = 50,00; dividendos 5,00, qual a rentabilidade esperando somente a remuneração dos dividendos (isso é o chamado dividend yield)?

5,00/50,00 = 0,10, logo = 10%! Assim, se uma empresa distribui de forma constante esses dividendos, como você pode conseguir um rendimento maior? Simples, basta comprar a ação por um preço menor, pois isso fará com que a remuneração seja maior. Exemplo: Preço da ação 40,00; dividendos: 5,00, logo o dividend yield será de 0,125 ou 12,5%! Assim, o que determinada a rentabilidade quando os proventos são fixos é o preço da compra da ação. Aqui uma dica: cuidado com as informações sobre o Dividend Yield em páginas da internet ou de corretoras, pois esse indicador é feito em função do preço do dia anterior ou sobre os últimos proventos pagos, assim, recomendo que você mesmo verifique a empresa para criar o seu próprio DY para ter um parâmetro.

Ah então é tranquilo, basta esperar as ações caírem e encher o malote com elas! Fechou, já é!

Bem... não é bem assim... Existem vários motivos para não se basear somente em um parâmetro para avaliar ações, entretanto tem que se ter muito sangue frio para comprar quando os preços estão caindo. A devida experiência e análise sagaz vêm com o tempo. Outro fator relevante é que a rentabilidade passada não significa rentabilidade futura. A empresa pode distribuir proventos, mas pode estar em fase de descontinuidade (os contadores entenderão o que quero dizer).

Se você busca investir em ações, não importando muito com a oscilação dos preços do mercado, uma estratégia voltada para proventos pode ser uma boa opção. Outra dica importante é observar a data “ex” dividendos das ações.

O mercado ajusta o preço da ação no dia seguinte após a perda do direito ao provento. Exemplo, A BILL3 distribuirá (aqui não significa pagar, e sim que os possuidores das ações terão o direito a receber tão logo a empresa defina uma data) dividendos para os possuidores de suas ações em 28/03/16. Após essa data, essas ações serão vendidas sem o direito aos proventos (por isso o termo “ex-dividendos”). Assim, se a BILL3 distribuir $ 1,00 em dividendos por ação, e se no final do dia ela “fechou” o preço em $ 10,05, no dia seguinte, ou seja, em 29/03/16, ela terá o preço inicial no pregão de $ 9,05, já descontando o 1,00 uma vez que os investidores que comprarem a ação em 29/03/16 não terão mais direito a esses dividendos. Assim, é uma chance de poder comprar a ação mais barata!

Quando as ações são negociadas ainda com direito aos dividendos são chamadas de “cheias”, mas eu chamo de "Ações com Bacon", pois ainda têm uma gordurinha para queimar em relação ao preço (quando virarem ex-dividendos). Cuidado com as ações firmes na paçoca!

Bom, por hoje é só!                     


Até a próxima postagem!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

15. FGTS e INSS: o Hadouken e Shoryuken no trabalhador ou o Fatality com Flawless Victory do Governo.

Olá pessoal! Bom, fiz uma pausa no tema de investimento em ações para escrever algo que me revolta, e que, lamentavelmente, escuto quase todo o dia as seguintes frases:

- Tá maluco? E o meu FGTS? Não vou pedir demissão e perder a multa...
- Eu pago a previdência, pois penso na minha aposentadoria...
- Não vejo a hora de me aposentar (pessoas com 20 e 30 anos) pelo INSS...

Lembram do que escrevi sobre bancos na postagem 10. CDB, CDI e daí? Se é bom para os bancos não é bom para você, logo, se é bom para o governo, não pode ser bom para você!! Simples assim!
Como assim Feliz? Tá querendo me dizer que aposentadoria é furada??? Que FGTS é armação?? Mais ou menos..., o que quero dizer, e que defendo, é que isso deveria ser OPCIONAL ao trabalhador, ou seja, VOCÊ deveria decidir se quer que o governo tome conta do seu dinheiro, ou se você mesmo tomará conta dele.

Já ouviu falar em pirâmide financeira? Pois é, eu entendo e tenho a opinião que a previdência brasileira é a mesma coisa (reforço aqui, esta é a minha opinião, vide várias políticas ao longo do tempo para se aumentar a idade mínima de aposentadoria e valores de teto, entre outras coisas).

Vamos a um exemplo ilustrativo, isso ajuda a evidenciar o que quero dizer. Vamos supor que duas pessoas, que chamarei de Belarmino e Mafalda são dois trabalhadores registrados segundo as normas da CLT e recebem respectivamente $2.000,00 e R$ 5.200,00. Vejam o quanto cada um receberia ao final do mês (considerando somente os descontos de INSS, uma vez que o FGTS compete à Empresa recolher, e também sem incluir benefícios, descontos de Imposto de Renda etc., para ficar bem evidente). O Imposto de Renda eu acho o único imposto justo, pois incide no “lucro”, apesar de suas alíquotas elevadas e o que o governo considera despesa ou não, enfim, vamos deixar o imposto de renda de fora dessa.

Nome do Bill Goiaba
Belarmino
Mafalda
Salário Bruto
2.000,00
5.200,00
INSS
(180,00) – 9% de 2.000,00
(570,88) – teto.
Salário Líquido
1.820,00
4.629,12
Valor do FGTS
160,00
416,00

Assim o Sr. Belarmino receberia líquido $ 1.820,00 e a Mafalda $ 4.629,12. Mas teriam o “benefício” de poderem se aposentar ou ficar de licença pelo INSS, conforme as suas regras, e ao “benefício” do FGTS, caso percam o emprego, adoeçam, etc. Show de bola! Só vi vantagem! Pode descontar que vale a pena! Será mesmo?

Vamos primeiro ao FGTS. Qual é a remuneração do FGTS anual? 20%? 10%? A remuneração da poupança, vai? Não... módicos 3% até 2015 e a partir de 2016 passará para os grandiosos 4%, em 2017, 4,75%, em 2018 5,5% e finalmente em 2019 passará a ser corrigido conforme a poupança (se forem confirmados os reajustes)! Pasmem!!

Assim, qual o valor dessas correções ao longo do tempo? O Belarmino se continuasse ganhando o mesmo salário (o que é difícil, pois há correções todos os anos, promoções, poderia, também, estar um tempo desempregado, e etc., assim foi considerado o tempo constante) teria um FGTS no valor de R$ 178.535,83! Nossa excelente, mas Feliz, você esqueceu que ainda tem a multa de 40% (lógico, considerando somente a parte que o trabalhador receberia)! Ok, assim, o valor seria de R$ 249.950,16! Um belo malote! Será? Vamos ver mais a frente...
E a Mafalda? Bem a Mafalda teria um malote bem maior que o Belarmino, teria um FGTS de R$ 649.870,42. Nossa, show de bola! Já daria para comprar um belo apartamento! Será?
Bom, o INSS não haveria resgate, assim, o valor contribuído só retornaria no final como “benefício” da aposentadoria, ou seja, o salário do aposentado conforme cálculo a ser definido pela legislação vigente (o teto para 2016 está previsto por volta de R$ 5.203,00 mensais).

E se a Mafalda e o Belarmino optassem (como se isso fosse possível) por eles mesmos gerirem o próprio dinheiro? Bom, a história seria bem diferente... Preparado para os valores?

Aplicando os valores mensais do FGTS, ou seja, se a empresa ao invés de recolher para o governo depositasse no investimento ou na conta do funcionário, nesse caso o Belarmino e a Mafalda, a 1% ao mês em um investimento ultra conservador, (sim, há várias opções com remunerações por volta de 1% ao alcance de todos, inclusive entre 1% e 3% existem várias opções atualmente) o Belarmino teria R$ 559.194,26 só com os recursos do FGTS, e a Mafalda, R$ 1.453.905,08 em final de 2044 (ou seja um intervalo de 30 anos a contar do início de 2015).

E se juntássemos os valores descontados do INSS? Novamente aqui ao invés da empresa recolher ao Governo e depositasse na conta dos funcionários o INSS, a Mafalda teria mais R$ 1.995.205,12 e o Belarmino mais R$ 629.093,54.

No total o Belarmino teria R$ 1.188.287,81 e a Mafalda R$ 3.449.110,20 ao final de 30 anos de investimentos constantes a 1% ao mês!!!
Só com esse valor acumulado já proporcionaria uma receita mensal de R$ 6.718,70 para o Belarmino e de R$ 19.501,61 para a Mafalda (isso considerando uma taxa bem humilde, a da caderneta de poupança, a 7% ao ano ou 0,56541% ao mês).

Logicamente os valores calculados dos investimentos não consideraram o imposto de renda, mas mesmo que este fosse considerado, o valor do Belarmino acumulado estaria muito próximo de 1milhão e a da Mafalda bem próximo de 3 milhões.

E antes que se comente a respeito do “fundo social” que esses recolhimentos representam, reforço, um governo bem administrado, com a arrecadação dos impostos e contribuições como ICMS, IR, CSLL, IPI, PIS e COFINS é suficiente para cobrir TODAS as demandas, o problema é o tamanho do nosso Estado atualmente. Desculpe, mas não me convenço do contrário.
Veja o quadro resumo:



O meu objetivo com esse texto e exemplos é demonstrar como as informações podem ser distorcidas ao longo do tempo. Sempre desconfie quando algum político ou sindicalista vier com o discurso: “É um benefício para o trabalhador!”; “Foi o Governo tal que criou o seguro desemprego!” e por aí vai. SEMPRE DESCONFIE! Faça as contas! Sempre será melhor se tivermos a opção de NÓS mesmos tomarmos contas do NOSSO próprio dinheiro.

Antes que possam pensar: ”Poxa, mas vai levar 30 anos para acumular esse valor, não posso esperar até lá”. Ledo engano, em ambos os exemplos, a mesma quantia do salário já pode ser verificada por volta do 16º ano de aplicação. Exemplo, o Belarmino já teria o mesmo valor do seu salário, R$ 2.000,00, em rendimentos do seu investimento por volta do 16º ano e a Mafalda teria por volta de R$ 5.200,00 por volta do 15º ano de investimento.

Outro detalhe que você pode se perguntar: “Ah, mas se eu estiver pagando o INSS e acontecer um acidente ou problema de saúde, terei o benefício de auxílio doença e etc.”. Outro velho truque do Governo para acharmos que ele é bonzinho.  Você sabia que há seguros de acidentes pessoais, de vida e afins que custam em média R$ 100,00 ... por ANO!!! Sim, menos de R$ 10,00 por mês, que podem cobrir da mesma forma que o INSS, só que melhor.
A dica nesse texto é: Sempre procure investir o mais cedo possível. Não caia na conversa fiada de que os rendimentos são baixos, os juros compostos trabalham com o tempo. No início pode ser pouco mesmo, mas no decorrer do tempo eles aumentam. Procure pensar através de metas, pretendo ter “x” reais até o ano “Y”.

Imagine da seguinte forma: Se você começar a investir desde os 16 anos de forma constante R$ 200,00 a 1% ao mês, por volta dos 36 anos já terá condições de ter uma renda extra por volta de R$ 2.000,00. Da mesma forma para se ter o tão almejado “primeiro milhão”, bastaria investir R$ 1.000,00 ao longo de 20 a 21 anos.
Não caia também em contos de alta remuneração: “aplique no fundo que superou o Ibovespa em 200%”, “rentabilidade 500 vezes maior que a poupança”, enfim, use a máxima da tartaruga: devagar e sempre!

Reforço: Se é bom para o banco e bom para o governo, não é bom para você!
Tenho a esperança que um dia isso seja opcional, entretanto, enquanto isso, continuaremos a levar Hadouken e Shoryuken do governo.

Até o próximo texto!
Eduardo Felicíssimo




terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

14. Ações, Botões e Supermercado.

Olá pessoal! Dando continuidade ao tema de investimentos, dessa vez escreverei um pouco sobre ações. Muitas pessoas acham que investir em ações é complicado e arriscado, bom, depois de se inteirar no assunto tudo ficará mais fácil. Provavelmente vou escrever mais uns 2  ou 3 textos sobre o tema para que não fique muito longo. As dicas aqui são: 1 - leia bastante sobre o tema, para saber exatamente o que você está pretendendo e, o mais importante, o prazo ou objetivo para o resgate das ações; 2 – pratique! Isso mesmo, sem prática você sempre terá o medo de investir em ações.

Bom, tema introduzido, lá vou eu começar com as minhas metáforas e alusões. Sempre que penso em ações, lembro dos meus times de futebol de botão (no RJ a gente chama simplesmente de botão). Fui montando os meus times aos poucos, comprava um aqui, trocava 8000 ali, e assim ia, até chegar ao ponto em que eu “achava” que estava bom. Agora sim! Tenho um time campeão! Só fera bicho, ô loco! Marcava um amistoso e ... tomava um sacode bonito. Voltava para casa e começava a desfazer o time e pensando em novas “contratações” e o mais importante, praticava! Praticava finalização, toque de dadinho (sim, sempre joguei com dadinho. Esse negócio de jogar com bola de feltro sempre foi estranho para mim.), cobrança de pênalti, cobrança de falta, etc. Fui percebendo que aos poucos fui melhorando e com isso os meus “botões” ficaram valorizados, ao ponto de passar a trocar na proporção de 2 para 1, 3 para 1 e assim foi. O que isso tem a ver com ações?? Nada...rsrsrs brincadeira. Vamos inserir as ações agora.

Uma ação é a menor parte de uma empresa, ou seja, a partir de uma ação você já pode dizer que é sócio de uma empresa, ou em outros termos, acionista da empresa. No Brasil, existem dois tipos de ações, as preferenciais (PN) e as ordináaaarias (ON)! (Compadre Washington total!). A diferença básica entre esse tipos de ações está na remuneração e no controle da empresa. As preferencias têm a preferência na distribuição dos lucros, geralmente recebem uma parte maior do que as ordinárias. Já as ordinárias têm como característica principal o controle da empresa, assim, se você quiser se tornar o dono da uma empresa busque ter o % necessário de ordinárias. De nada vai adiantar ter 100% das ações preferenciais, você não terá o controle.

Assim como no jogo de botão, você pode ir montando o seu “time” aos poucos (isso também é chamado de carteira), escolhendo as ações de empresas que melhor estão voltadas ao seu perfil e meta de investimento (detalhe, isso é muito importante: ter uma meta para investimento em ações). Lembra do que comentei sobre praticar? Então, vá aos poucos comprando ações e vendendo, para aprender na prática a dinâmica do mercado.

Tá bom, beleza, entendi, agora como compro ou vendo as ações? Já comentei em postagens anteriores que é necessário uma corretora de valores para intermediar essas operações. Mas falarei mais especificamente sobre esse mecanismo no próximo texto.

Mais sobre ações: quais são as remunerações que elas proporcionam? As ações no Brasil distribuem proventos através dos famosos “dividendos” que nada mais são do que o lucro distribuído pelas ações. Então se você vir que determinada empresa vai distribuir $5,00 em dividendos, significa que “cada” ação desta empresa terá “direito” a receber $5,00. O legal nos dividendos é que ele é isento de impostos, você pode receber $1.000.000,00 em dividendos  que não pagará nada de imposto de renda! Fantástico! (deixa eu ficar quieto aqui... vai que o governo resolve taxar isso também, aí me quebra!). Quando os dividendos são anunciados pelas empresas, estas geralmente estipulam uma data “ex” que é o momento em que as ações passam a ficar vazias, ou seja, passam a não possuir mais o direto aos dividendos. Exemplo: Uma empresa anuncia que vai pagar 5,00 em dividendos por ação e a sua data “ex-dividendos” é 10/02/16, logo quem comprar a ação em 10/02/16 não terá mais direito aos dividendos, somente quem a possuir até o final do “pregão” em 09/02/16.

Na mesma linha de proventos (que é a remuneração das ações) há também o juros sobre capital próprio (JSCP). O JSCP tem o mesmo procedimento dos dividendos, mas com uma grande diferença: não é isento de impostos, ou seja, incide imposto de renda na fonte! Qual a diferença entre dividendos e juros sobre capital próprio? A principal está na tributação, os dividendos são distribuídos após a apuração do resultado de uma empresa, ou seja, após já se calcular todos os impostos, os JSCP ainda estão como “despesa” no resultado da empresa e não sofreram tributação, dai a sua retenção de impostos na fonte. Mas por que as empresas fazem isso? Ora para pagar mais proventos com menos $$!! Simples assim. Exemplo, vamos supor uma alíquota de 15% a título de imposto de renda, a empresa vai distribuir $ 1.000.000,00 em JSCP, assim, haverá a incidência de 15% de IR, o que daria $ 150.000,00, logo, ela distribuirá aos acionistas $ 1.000.000,00, mas estes só receberão $ 850.000,00, pois $ 150.000,00 ficarão retidos como impostos. Pegadinha do Mallandro! Ráaa!
Há outros tipos de proventos como bonificações, mas não vou entrar em detalhe sobre isso aqui, recomendo a leitura dos livros da CVM que deixarei o link no final do texto.

Mas como saber se a ação está cara ou barata para comprar ou vender? Simples, use a mesma lógica do supermercado. Quando fazemos compras de itens de nosso dia-a-dia, já sabemos, mais ou menos o preço das coisas (bom, isso é importante para uma vida financeira saudável, para não tomar pernada nas “promoções” dos supermercados), assim, acredito, que ninguém pagará $100,00 no Kg do tomate, muito menos $ 50,00 em um pote de canela em pó com 50g, certo? (ih, lá vou eu desafiar o governo de novo... vai que a inflação aumenta, deixa quieto.)  O mesmo deve ser feito com as ações.

Porque comprar uma ação a $ 50,00, se o valor contábil diz que ela vale $ 5,00 (vou escrever mais sobre isso nos próximos textos). OK, você pode dizer: Ah, vou comprar essa ação a $50,00 pois ela vai subir até o céu, vai chegar a $100,00 rápido. Beleza, além de arriscado, precisa de poderes mãe-dináticos, entretanto, é fato que mesmo que se compre a $50,00 “torcendo” para que vá a $100,00 estará comprando mais caro do que vale. Usando a lógica inversa: e se o preço da ação cair? Quem perderá mais dinheiro, quem comprou a $50,00 ou quem comprou a $5,00? Fica a dica!

Na próxima postagem vou continuar sobre o tema de ações, pois ainda tem muito a ser escrito.

É isso! Até a próxima!

Eduardo Felicíssimo

Link dos livros da CVM que abordam o tema “TOP”: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/publicacao/LivrosCVM.html

Recomendo também o acesso ao portal do investidor: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/index.html

Recomendo também a leitura sobre o conteúdo da Bovespa: http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br


domingo, 8 de novembro de 2015

13. Tesouro Direto – Parte 2

Olá pessoal! Faz tempo, desde 13/06/13 que não escrevia aqui, entretanto tudo mudou e mudou para melhor...é mais ou menos, mais ou menos. Na última postagem escrevi sobre o Tesouro Direto, mas de lá para cá, muita coisa mudou, igual ao comercial do shampoo, “Ei  você se lembra da minha voz? Mas os meus cabelos, quanta diferença.” Link para esse comercial clássico!!.

Continuando sobre o Tesouro Direto, eles são títulos públicos que são negociados escrituralmente, ou seja, não existe documento físico que o represente, traduzindo, você não poderá guardá-los em pasta na sua casa, entendeu? Há somente o registro eletrônico.

As rentabilidades dos Títulos variam conforme a sua modalidade, assim, recomenda-se que quando for investir, se utilize do título mais apropriado para a sua finalidade. Exemplo: “Não vou precisar mexer no dinheiro por uns 5 anos” (tá bom, eu sei que você diz isso, mas em 3 meses tá sacando algum dinheiro..rsrsr). Daí, você consulta a data de vencimento do título e verifica se está dentro do prazo desejado. Fique tranquilo, vencimento não quer dizer que você vai ter que pagar alguma coisa nessa data, e sim, que o Tesouro é quem vai depositar na sua conta o valor acordado.

A seguir disponibilizo uma tabela, da página do Tesouro Direto, com a rentabilidade dos títulos em 06/11/2015:


Aqui pode-se verificar que há títulos com vencimentos entre 2016 (LTN) e 2050 (NTNB). Como já expliquei, na postagem anterior, as modalidades de cada um deles, recomendo a leitura para que a opção escolhida seja a mais adequada.

Fica a seguinte dica: Se houver tendência de diminuição da taxa Selic e da inflação, pode-se optar por títulos que remunerem a uma taxa fixa, pois ela será mantida até o final do vencimento. Exemplo: Se a inflação voltar a 2% ao ano (que mentira!!) e a Selic diminuir (Rá yeah yeah!), digamos para módicos 8% ao ano, o título prefixado LTN 2021 estará pagando juros de 15,58% ao ano!!! Muito melhor que qualquer CDB e poupança, uma vez que ele renderá mais do que os indexados, por exemplo, ao IPCA (NTNB) ou à Selic (LTF), pois como esses títulos acompanharão as movimentações desses indicadores. Lembro que em cima dos rendimentos haverá a tributação do imposto de renda retido na fonte (IRRF). O IR, para os títulos públicos, é calculado conforme as seguintes alíquotas (isso se não houver mudança, pois do jeito que as coisas andam, sei não..rsrs):

• 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
• 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias;
• 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um) dias até 720 (setecentos e vinte) dias;
• 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias.
Assim, de forma oposta, se houver uma tendência de aumento da inflação e da Selic (aí sim, eu acredito!), recomenda-se os títulos indexados, pois estes acompanharão a movimentação dessas duas variáveis.

Na tabela é possível ver os valores dos títulos, mas não se assuste, você pode adquirir frações desses títulos. Assim, o que eu disse na postagem anterior ainda está valendo.

O Tesouro Direto é uma opção simples e confiável de investir, entretanto, informe-se mais sobre qualquer investimento a ser realizado. Desde a escolha de uma corretora de valores, que será a intermediária nessas operações, até os títulos a serem adquiridos. As corretoras podem cobrar taxas pela administração dos títulos, assim, fique atento a isso, bem como de outras taxas existentes, como a do próprio tesouro, que é a taxa de custódia cobrada pela BM&FBovespa (0,30% ao ano sobre o valor do título).

Deixo aqui dois links interessantes sobre o tesouro direto. O primeiro é a própria página do governo que é bem detalhada e simples, incluindo simuladores, vídeos, como investir, e etc. Recomendo a consulta. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/ja-conhece-o-tesouro-direto#menu>

O segundo link é uma matéria divulgada no Infomoney sobre a rentabilidade do Tesouro Direto. Leitura interessante. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/onde-investir/renda-fixa/noticia/3911969/tesouro-direto-paga-juro-real-por-ano>.

É isso! Até a próxima!

Eduardo Felicíssimo



quinta-feira, 13 de junho de 2013


12. Tesouro Direto – Parte 1

Olá pessoal! Na postagem anterior fiz uma comparação entre o CDB e a poupança, continuando nesta linha, vou abordar outro instrumento de simples e fácil aplicação, mas que poucas pessoas conhecem: o Tesouro Direto. É uma aplicação mais segura que a poupança e que pode render muito mais que ela. Para realizar aplicações no Tesouro Direto você precisar ter um cadastro em uma corretora de valores mobiliários, e para investir é simples e fácil. Nesta Postagem falarei sobre os principais tópicos e dos títulos oferecidos com caráter meramente informativo, na postagem seguinte entrarei em maiores detalhes sobre rentabilidade e afins.

Muitos dos títulos oferecidos pelo governo apresentam uma remuneração superior os demais títulos de renda fixa tradicionais como a Poupança e o CDB. Mas o que é o Tesouro Direto? O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas, e não é preciso ter um grande volume de recursos para realizar as aplicações. A partir de R$ 30,00 já se pode investir.

As aplicações podem ser feitas diretamente pela internet e você mesmo analisa os prazos e os indexadores dos títulos. O que são indexadores? São os índices em que os títulos estão vinculados, ou seja, existem títulos vinculados ao IPCA, por exemplo, que sofrerão a correção segundo este índice. Para se investir no tesouro direto é necessário ter conta em uma corretora de valores. Muitos bancos múltiplos, que são as grandes instituições bancárias, já oferecem este serviço, bastando para isso um simples acerto de contrato. Aqui vale a dica de sempre, pesquise a corretora antes de fechar negócio, as taxas de administração pode variar bastante o que acabará levando toda a rentabilidade, algumas corretoras nem cobram esta taxa, fique atento. Existe um ranking das taxas de cobradas pelas corretoras, no link a seguir estas informações podem ser consultadas: http://www3.tesouro.gov.br/tesouro_direto/consulta_titulos_novosite/consulta_ranking.asp

Existe também a taxa cobrada pela BM&FBOVESPA, que consiste de uma taxa de custódia de 0,30% a.a. sobre o valor dos títulos, referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos: Esta taxa é provisionada diariamente a partir da liquidação da operação de compra (D+2). Por ser provisionada diariamente, é cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor mantiver o título, e é cobrada até o saldo de R$1.500.000,00 por conta de custódia.

Além das taxas cobradas, existe também a incidência de imposto de renda sobre os rendimentos e as alíquotas são as mesmas aplicadas ao CDB: 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias; 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias; 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias; e de 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias.

Basicamente existem 6 categorias de títulos que o Tesouro oferece, são elas: LTN (Letras do tesouro Nacional), NTN-F (Notas do Tesouro Nacional, série F), NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B – Principal), NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B), LTF (Letras Financeiras do Tesouro) e NTN-C (Nota do tesouro Nacional – Série C). Cada uma das categorias tem categorias específicas que listarei abaixo:

LTN (Letras do tesouro Nacional):
A LTN é um título prefixado, o que significa que possui rentabilidade definida no momento da compra. Esse título possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade), na data de vencimento do título.

NTN-F (Notas do Tesouro Nacional, série F):
A NTN-F também é um título prefixado, com rentabilidade definida no momento da compra. Porém, diferentemente da LTN, seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. O fluxo de cupons semestrais de juros aumenta a liquidez, possibilitando reinvestimentos.

NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B – Principal):
A NTN-B Principal é um título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA¹, acrescida dos juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA ao longo do investimento. Esse título é indicado para o investidor que deseja fazer poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa própria e outros. Além, disso, normalmente são títulos que possuem prazo para aplicação bem longo: atualmente contam com investimentos até 2035. A NTN-B Principal possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título.

NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B):
Assim como a NTN-B Principal, a NTN-B é um título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA², acrescida dos juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA durante a aplicação. Apesar de ser o título que possui o maior prazo para aplicação (atualmente conta com investimentos até 2045), seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros.

LTF (Letras Financeiras do Tesouro):
A LFT é um título pós-fixado cuja rentabilidade segue a variação da taxa Selic³ , a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa Selic diária registrada entre a data de liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio ou deságio no momento da compra. A LFT é indicada para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada à taxa de juros da economia (Selic). Além disso, o valor de mercado da LFT apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda antecipada. Mas também por isso sua rentabilidade tende a ser mais baixa que a dos demais títulos. A LFT possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título.

NTN-C (Nota do tesouro Nacional – Série C):
A NTN-C é um título com rentabilidade vinculada à variação do IGP-M4, acrescida de juros definidos no momento da compra. O rendimento da aplicação é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros. As NTN-C não são ofertadas para compra no Tesouro Direto desde 2006. Atualmente o Tesouro Nacional atua apenas na recompra deste título às quartas-feiras.

Para maiores informações acessem: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/tesouro-direto

O Site é bem simples e objetivo. Existe até um curso online para testar os conhecimentos e aprender mais sobre o tesouro, recomendo!

Até a próxima postagem!!

Eduardo Felicíssimo

quinta-feira, 30 de maio de 2013


11. CDB x Poupança

Olá pessoal! Conforme prometido, nesta postagem farei uma comparação entre CDB e a poupança. Muitas pessoas aplicam em CDB dizendo que o seu dinheiro renderá mais que a poupança, mas isso não é uma verdade absoluta. Dependendo da taxa compactuada com o banco, pode-se até perder para a remuneração da poupança. Vamos que vamos!
A poupança é o investimento preferido pelos brasileiros, devido a sua simplicidade e facilidade de aplicação. O CDB vem logo atrás, mas sem o mesmo prestígio da já tradicional caderneta de poupança. O primeiro fator contra o CDB é exatamente a incidência do Imposto de renda, que é retido na fonte, sobre os rendimentos auferidos. A poupança é isenta de imposto de renda. O segundo fator contra o CDB reside na análise da taxa a ser compactuada no banco. A correta análise desta taxa pode significar o lucro ou o prejuízo em relação a poupança. Bom já enrolei bastante, vamos ao exemplo!
Exemplo:
Imagine que você possui R$ 100.000,00 e vai deixar aplicado na poupança, afinal é um investimento seguro, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante até R$ 250.000,00, então tá maneiro vamos aplicar na poupança! Usando as taxas de remuneração da poupança de final de 2012( especificamente no dia 31 de outubro) e início de 2013, já pela nova política de até 70% da Selic, temos:

Investimento
   100.000,00
Poupança
Taxa
Novembro 2012
   100.427,30
0,4273
Dezembro 2012
   100.842,47
0,4134
Janeiro 2013
   101.259,35
0,4134
Fevereiro 2013
   101.677,96
0,4134
Março 2013
   102.098,29
0,4134
Abril 2013
   102.534,56
0,4273

            Podemos verificar que os R$ 100.000,00 aplicados no final de outubro de 2012, renderam R$ 2.534,56 até o final de abril de 2013! O melhor é que esses R$ 2.534,56 são isentos de imposto de rende, você receberá efetivamente esse valor limpinho! A coluna “Taxa” refere-se exatamente à remuneração mensal da poupança no período verificado.
            Vamos imaginar agora uma aplicação em CDB compactuada no Banco Belezura S.A. com a taxa de remuneração à 80% do CDI (expliquei sobre o que é CDI na postagem anterior, se não souber o que é dá uma lida lá!), no mesmo intervalo de tempo. Vejamos:
           
CDB
80%

Taxa CDI
80% do CDI

0,5444
   100.435,52
Novembro 2012
0,5342
   100.864,74
Dezembro 2012
0,5866
   101.338,08
Janeiro 2013
0,4815
   101.728,43
Fevereiro 2013
0,5377
   102.166,03
Março 2013
0,6008
   102.657,08
Abril 2013


Nossa, que legal!!! Bacaninha!! A taxa do CDI variou bastante, e sempre ficou acima da taxa de remuneração da poupança, assim o meu rendimento certamente será maior, certo? Não necessariamente. Lembra que foi compactuado com o Banco Belezura S.A. a taxa de 80% do CDI? Então essas taxas corrigidas são as seguintes: Novembro 2012 = 0,43552; Dezembro 2012 = 0,42736; Janeiro 2013 = 0,46928; Fevereiro 2013 = 0,38520; Março 2013 = 0,43016 e Abril 2013 = 0,48064. Reparou que em Fevereiro de 2013 a remuneração ficou abaixo da poupança? Não? Pois é, ficou sim. Ah beleza, um mês só, os outros compensam. Isso é verdade, de fato, mas temos que lembrar um detalhe importante: O imposto de renda!! Se você sacar este valor em até 180 dias, a alíquota do Imposto de renda será de 22,5 % sobre o rendimento, nesse caso sobre os R$ 2.657,08! Vixe!! Vamos calcular isso:

Investimento
   100.000,00
Lucro
       2.657,08
Imposto de renda 22,5%
           597,84
Rendimento Real
       2.059,24
Total
   102.059,24

Podemos verificar acima que na verdade tivemos um rendimento líquido de R$ 2.059,24, comparando com o rendimento da poupança, que foi de R$ 2.534,56, ou seja, tomamos uma pedalada de R$ 475,32!! Era melhor ter deixado o Din-din na poupança, por mais incrível que isso possa parecer!
Bom, vamos partir para o outro exemplo, colocando a taxa pactuada do CDB em 90% do CDI para o mesmo período de tempo. Assim, temos:

CDB
90%

Taxa CDI
90% do CDI

0,5444
   100.489,96
Novembro 2012
0,5342
   100.973,10
Dezembro 2012
0,5866
   101.506,17
Janeiro 2013
0,4815
   101.946,05
Fevereiro 2013
0,5377
   102.439,40
Março 2013
0,6008
   102.993,31
Abril 2013

Verificamos agora que o nosso rendimento foi ainda maior. Que maravilha! Chora poupança!! Será mesmo?? Se resgatar este investimento antes dos famigerados 180 dias o imposto de renda implacável será de 22,5%, o que irá corroer boa parte da rentabilidade. Vamos aos cálculos:

Investimento
   100.000,00
Lucro
       2.993,31
Imposto de renda 22,5%
           673,49
Rendimento Real
       2.319,81
Total
   102.319,81

Repare que o rendimento com a taxa a 90% do CDI foi de R$ 2.993,31, muito superior aos R$ R$ 2.534,56 da poupança, mas veja o tamanho da mordida do imposto de renda: R$ 673,49!! Isso faz com que a rentabilidade líquida seja de R$ 2.319,81! Mais uma vez tomamos uma pedalada da poupança em R$ 214,74! Infelizmente está 2 a 0 para a poupança!
Agora é a hora do CDB dar o troco! Vamos compactuar uma taxa maior com o Banco Belezura S.A., digamos de 110% do CDI. Agora a parada ficou séria! Vamos aos cálculos:

CDB
110%

Taxa CDI
110% do CDI

0,5444
   100.598,84
Novembro 2012
0,5342
   101.189,98
Dezembro 2012
0,5866
   101.842,92
Janeiro 2013
0,4815
   102.382,33
Fevereiro 2013
0,5377
   102.987,89
Março 2013
0,6008
   103.668,52
Abril 2013

Agora sim! Tivemos um rendimento boladão de R$ 3.668,52!! Show de bola!! Dessa vez a poupança não vai superar! Será? Bem, dessa vez realmente a poupança vai ficar para trás. Vamos aos cálculos novamente do Imposto de renda, considerando o mesmo período de saque, antes dos 180 dias:

Investimento
   100.000,00
Lucro
        3.668,52
Imposto de renda 22,5%
           825,42
Rendimento Real
        2.843,10
Total
   102.843,10

Com a taxa remunerando a 110% do CDI, tivemos um ganho líquido de R$ 2.843,10 com a aplicação no CDB, contra os R$ 2.534,56 da poupança, a diferença é de R$ 308,54. Placar, 2 x 1 para a poupança.
Esses simples exemplos serviram para mostrar que nem sempre o CDB vai superar a poupança em rentabilidade, principalmente devido a esses dois fatores: Taxa do CDI compactuada e alíquota do Imposto de renda no período de saque. Uma perguntinha básica: Os grandes bancos nos oferecem uma taxa alta de remuneração do CDB? A resposta é: Dificilmente. Duvida? Entre na página do seu banco e confira as taxas em função do CDI. A maioria aplica taxas entre 80 e 90% do CDI, em raríssimas situações chagam a 92 e 95%. Você ainda acredita que existe banco bom para todo mundo? Eu não.
Com o passar do tempo, a alíquota do imposto de renda decresce o que favorece o rendimento no final, veja as alíquotas abaixo:

Tempo de permanência     Alíquotas regressivas
até 180 dias                                  22,5%
de 181 a 360 dias                         20,0%
de 361 a 720 dias                         17,5%
acima de 720 dias                        15,0%

Fonte: Banco do Brasil, disponível em:

Conforme o horizonte de tempo em que mantiver a sua aplicação, o CDB pode superar a poupança com alíquotas de remuneração do CDI acima de 83%. Resumindo, se o banco lhe oferecer alíquotas de 80%, 82%, 85% não caia nessa furada! Negocie taxas de remuneração acima de 90%, se não a melhor opção será mesmo a poupança.
Beleza, sabichão, onde no mundo acharei alíquotas, como a do exemplo de 110% do CDI? No final desta postagem deixarei alguns links com informações sobre isso, quem estiver interessado é só clicar e ler! Incentivo que você monte o seu fluxo, com o seu horizonte de tempo para a aplicação e as devidas taxas de IR (importo de renda) e de remuneração do CDI, para que não caia numa furada antes de aplicar.

Bom, acho que já escrevi demais. Vou ficando por aqui. Até a próxima postagem!

Eduardo Felicíssimo.

Link matéria revista Exame:
Link matéria UOL Economia: